Apito, içar da bandeira vermelha ou evacuação de piscina no exterior, todos os Nadadores-salvadores têm as mesas regras de segurança durante a ocorrência deste tipo de intempéries.
Mas o que me pode realmente acontecer se eu permanecer dentro de água apesar dos alertas? Corro realmente perigo ou é apenas um mito urbano?
A Nabaiji explica-lhe porque é extremamente importante respeitar as indicações dos Nadadores-salvadores.
Em águas abertas, segurança em PRIMEIRO LUGAR!
Muitas pessoas já foram atingidas por um raio na praia, mas poucos são os nadadores de águas abertas conscientes dos riscos concretos associados a uma verdadeira trovoada.
Apesar de o fenómeno ser raro à beira-mar, o risco de ser atingindo por um raio dentro de água existe e é ainda mais significativo na água salgada! Com efeito, mesmo se o impacto do raio se localiza a mais de meio kilómetro do local onde está a nadar, pode correr o risco de ser fulminado uma vez que as capacidades de condução da água do mar são elevadas. Deve saber que o risco é ainda mais elevado se estiver sozinho dentro de água e que uma vez que a sua cabeça se encontra acima da superfície será mais suscetível de atrair o raio.
Já deve ter percebido, mergulhar ou realizar uma sessão de natação em águas abertas quando uma trovoada se está a aproximar do seu local de treino, não é nada recomendável!
Quando falamos de relâmpago, estamos a referir-nos a uma corrente elétrica de cerca de 100 000 000 de volts, apenas isso...
Se por azar os meteorologistas não previram a ocorrência de trovoadas e já se encontra junto à água, é importante lembrar-se de algumas regras fundamentais de segurança:
Os Nadadores-salvadores ou qualquer outro agente encarregue da segurança junto aos pontos de água são os responsáveis pelos primeiros socorros e pela prevenção. São profissionais treinados para enfrentar todos os riscos que possam surgir nas zonas náuticas.
É por isso fundamental que respeite os seus conselhos e diretivas durante as intempéries tais como trovoadas para garantir a sua segurança e a dos outros nadadores ou banhistas.
O raio é atraído pela altura. Assim, nas zonas com poucos pontos altos (árvores, para-raios…) tal como acontece nas praias por exemplo, os humanos, devido à sua altura, são por vezes as primeiras vítimas dos relâmpagos.
Por outro lado, quando sair da água, é importante não se precipitar, correr ou entrar em pânico, para não criar uma corrente elétrica. Recomenda-se que permaneça imóvel no chão, ajoelhado em posição fetal se possível.
O risco de ser atingido por um raio pode propagar-se facilmente entre duas ou três pessoas pelo solo. Para não se colocar em perigo, recomenda-se às pessoas que estão em grupo que se afastem umas das outras cerca de 2 a 3 metros.
Evidentemente, o uso de objetos metálicos está proibido (sobretudo se estiverem direcionados para o céu)! Sendo condutores de eletricidade, poderiam ser a causa de uma experiência desagradável...
Pelo contrário, e se possível, recomendamos que se abrigue dentro de um carro, com as janelas fechadas, caso este tenha uma carroçaria metálica. Com efeito, a carroçaria funciona como um envelope protetor (gaiola de Faraday) que desvia e conduz a corrente elétrica até à terra pelo exterior. O automóvel, um escudo do trovão!
E com isto tudo, o que acontece aos peixes? São poupados pelo raio ou estão condenados a suportar o mesmo do que nós?
Poderíamos pensar que se os nossos amigos peixes, fossem atingidos em cheio por um relâmpago, se transformariam imediatamente em croquetes.
E no entanto, por mais estranho que pareça, os peixes saem por vezes ilesos graças à… Água!
Parece paradoxal, não?
Na realidade, a maior parte das correntes elétricas transmitem-se horizontalmente e não verticalmente. Assim, quando um raio atinge a água, a corrente elétrica propaga-se à superfície e não em profundidade.
Se os peixes não estiverem à superfície, terão menos riscos de serem instantaneamente grelhados. Boa notícia para eles, má notícia para nós...
Lembre-se que apesar de tudo as trovoadas são muitas vezes pontuais e desaparecem rapidamente para outros horizontes. É por isso inútil fugir como um relâmpago. Tome as devidas precauções e proteja-se num local seguro e espere que a trovoada passe para finalmente poder aproveitar o seu agradável passeio no mar.
Seja paciente, uma boa sessão de natação em águas abertas merece bem alguns minutos de espera!