Tudo o que precisas de saber sobre alimentos processados

Em geral, os alimentos podem ser divididos em 5 categorias. Cada categoria agrupa alimentos específicos, que são mais ou menos benéficos para a nossa saúde.

Estes alimentos não sofreram qualquer transformação pela mão do Homem antes de serem consumidos (exceto a simples colheita). Podem ser de origem vegetal ou animal e foram simplesmente retirados da natureza.

Por exemplo: frutas inteiras, legumes inteiros, carne, peixe ou ainda ovos.
Estes são alimentos a privilegiar!

Estes alimentos são naturais, mas sofreram uma transformação por parte do Homem como, por exemplo: lavagem, secagem ou congelação. O objetivo desta transformação passa por melhorar a sua conservação, simplificar o seu consumo ou melhorar a sua digestão.

Por exemplo:
 - legumes crus congelados (sem molho) ou em embalagens;
 - produtos cerealíferos como sêmola, massa, arroz, trigo mourisco, milho-painço;
 - todos os tipos de leguminosas embaladas ou a granel: lentilhas, grão-de-bico, feijão vermelho;
 - frutos secos;
 - sumos de frutos frescos sem adição de açúcar;
 - ervas aromáticas;
 - especiarias;
 - carnes secas;
 - leite pasteurizado;
 - iogurte à base de leite e fermentos lácteos, sem açúcar, sem aromas ou sem leite em pó;
 - chá, infusões, café.

Tal como na primeira categoria, estes produtos não são perigosos desde que sejam consumidos na quantidade certa.

São substâncias extraídas de alimentos no seu estado bruto por processos industriais (prensagem, moagem, trituração, refinação, etc.), por forma a torná-los comestíveis e a temperar outros alimentos.

Este grupo inclui:
 - óleos vegetais;
 - gordura de coco e gorduras animais (incluindo manteiga, gordura de ganso, banha de porco);
 - açúcar de coco ou integral;
 - xarope de ácer (100%);
 - melaço;
 - mel;
 - sal de mesa.

Alimentos naturais que devem igualmente ser consumidos com moderação.

São feitos a partir de outros alimentos naturais e relativamente simples, aos quais se adiciona sal, açúcar, óleo ou vinagre. O objetivo passa por prolongar a sua durabilidade em termos de conservação e dar-lhes um pouco mais de sabor.

Este grupo inclui:
- compotas;
- legumes em conserva;
- frutas em conserva;
- oleaginosas torradas e salgadas;
- carnes e peixes fumados e salgados;
- sardinhas ou atum em conserva;
- queijos;
- pão;
- vinho, cerveja, sidra.

A este nível, é necessário começar a estar vigilante e a ler cuidadosamente os rótulos. De facto, dependendo da qualidade e quantidade de açúcares, óleos ou outras substâncias adicionadas, o alimento final será mais ou menos saudável.

Esta última categoria é composta por todos os outros produtos, muitas vezes com embalagens atrativas e mensagens sedutoras. Estes alimentos foram submetidos a vários processos industriais que alteraram todas as suas propriedades em termos de sabor e nutricionais.

Este grupo inclui, por exemplo:
 - confeitaria, bolachas, bolos e gelados;
 - bebidas gaseificadas, sumos açucarados e produtos lácteos açucarados;
 - salsichas, panadinhos de frango, peixe panado e outros alimentos congelados prontos a comer;
 - batatas fritas e produtos secos para misturas para bolos;
 - sopas embaladas, massas instantâneas, molhos e vinagrete light;
 - snacks embalados, cereais de pequeno-almoço, barras de cereais, bebidas energéticas;
 - pizzas congeladas ou não, substitutos do açúcar, edulcorantes, xaropes (exceto xarope de ácer a 100%).

Como podes ver, este é o grupo de alimentos que deve ser limitado ao máximo, porque é desprovido de qualquer qualidade nutricional. Bem pelo contrário...

Quer seja para prolongar o prazo de validade dos alimentos, reduzir o seu preço, acentuar o seu sabor doce ou salgado ou torná-los mais atrativos para o cliente, os produtos processados apresentam diversos perigos. 

Para enganar o cérebro do consumidor e fazer funcionar o seu sistema de recompensa, os fabricantes acrescentam açúcar, muito açúcar, para o fazer crer que o produto é delicioso. Seduzido pelo gosto, o cliente fica com vontade de repetir, levando-o a consumir o produto vezes sem conta.
A adição de açúcar permite também reduzir a quantidade de outros ingredientes mais caros. O objetivo por detrás de tudo isto é o de aumentar as margens de lucro dos revendedores.
Os açúcares adicionados raramente são de excelente qualidade e assumem a forma de nomes incompreensíveis, tais como: xarope de glucose, xarope de frutose, xarope de arroz, xarope de milho, galactose, maltose, dextrose, amido modificado, dextrina e muitos mais!

Quando o sistema de recompensa é desencadeado, tornamo-nos cada vez mais viciados e alimentamos o nosso vício em açúcar. Carregados de açúcares, vão induzir a secreção de dopamina, a hormona da felicidade e da dependência.
Mas fica descansado, pois este vício não é irreversível! Com algum esforço e adotando escolhas mais saudáveis e sensatas, podes livrar-te deste vício do açúcar em apenas algumas semanas! Descobre as nossas alternativas saudáveis aos hidratos de carbono.

Tal como os açúcares, a gordura é um intensificador de sabor. Da mesma forma, em todos os produtos ditos dietéticos, com "baixo teor de açúcar", o açúcar foi finalmente substituído por matéria gorda. Uma vez mais, as gorduras não devem ser proibidas, mas devem ser escolhidas cuidadosamente. Contudo, nesses produtos processados, são utilizadas gorduras saturadas, ou seja, com má qualidade nutricional e causadoras de muitos problemas de saúde.

Alguma vez viste as seguintes menções: isolatos de proteínas, ECA ou aditivos (aromas artificiais, emulsionantes, corantes, edulcorantes, espessantes, gelificantes, conservantes, etc.)?
Em caso negativo, não tentes procurá-los. Em caso afirmativo, foge deles!
Estas substâncias servem para melhorar a conservação dos produtos e também para os tornar ainda mais atrativos, para além dos açúcares e gorduras ocultos. Como se não bastasse!
Estes ingredientes não são naturais ou totalmente químicos. Agem como verdadeiros venenos na nossa saúde e são fontes de toxinas que sobrecarregam o nosso organismo.
Quanto mais o nosso corpo estiver carregado de toxinas, mais difícil será para os nossos órgãos funcionar corretamente... É, portanto, essencial evitá-las!

O excesso de açúcares ocultos, gorduras saturadas ou substâncias químicas, que atuam como verdadeiras toxinas, levará ao aparecimento de vários problemas de saúde bem conhecidos, tais como:
 - doenças cardiovasculares;
 - obesidade: entre as calorias ocultas e as pobres qualidades nutricionais, precisamos de comer mais para nos sentirmos saciados;
 - doenças inflamatórias e crónicas: dores musculares e articulares, cancro, doenças respiratórias, etc.;
 - doenças digestivas: do simples inchaço até à doença de Crohn, os produtos processados são desprovidos de fibras e acidificantes; desequilibram a flora intestinal. Ora, 80% do nosso sistema imunitário depende da nossa saúde intestinal!
 - problemas emocionais (ansiedade, stress crónico, depressão, esgotamento): a falta de vitaminas e minerais nos produtos industriais leva a carências. Ora, o nosso cérebro está dependente dessas vitaminas para funcionar corretamente.

O processamento dos alimentos torna-os totalmente "desprovidos" de qualquer valor nutricional e muito pobres em fibras. Ao consumires diariamente este tipo de alimentos, o cérebro deixa de ser capaz de produzir a hormona de saciedade (leptina) e perdemos a noção de que já comemos o suficiente. A médio e longo prazo, perdemos a sensação de estar saciados e, por isso, consumimos em demasia.