O que precisa de saber antes de mudar o drop do seu calçado de trail running

O que precisa de saber antes de mudar o drop do seu calçado de trail running

Está a pensar em trocar o seu drop atual por outro mais baixo, mas não ousa fazê-lo? É sensato reunir informações antes de se decidir, tanto mais que também nós nos colocámos as mesmas questões, com as quais talvez se esteja a deparar atualmente!

SE AINDA HÁ POUCOS ANOS, NO DOMÍNIO DO TRAIL (E DA CORRIDA EM GERAL), O DROP ERA ALVO DE MUITO POUCO INTERESSE, HOJE EM DIA ESSE ASSUNTO É UMA “TENDÊNCIA”. DE FACTO, O DROP PEQUENO INTRIGA, CADA VEZ MAIS, O(A)S PRATICANTES DE CORRIDA QUE PROCURAM UMA PASSADA MAIS ECONÓMICA E NATURAL. ESTA INTERROGAÇÃO, POR MUITO VÁLIDA E INTERESSANTE QUE SEJA, É TAMBÉM FÁCIL DE COLOCAR EM PRÁTICA? QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS PARA O CORPO DO PRATICANTE DE TRAIL QUANDO PASSA DE UM DROP GRANDE PARA UM DROP PEQUENO? O QUE É QUE IMPLEMENTÁMOS EM EVADICT PARA DAR RESPOSTA ÀS EXPETATIVAS DOS DESPORTISTAS QUE DESEJAM EXPERIMENTAR O DROP PEQUENO COM TODA A SEGURANÇA E/OU CONVERTER-SE AO MESMO PARA SEMPRE? NESTE ARTIGO SINTETIZAMOS AS RESPOSTAS ÀS SUAS DÚVIDAS… E MUITO MAIS!

O que é o drop?

O drop designa a diferença de altura entre a parte traseira e dianteira de um sapato. Assim, um par de saltos agulha tem um drop alto porque a parte traseira do sapato é muito mais elevada em relação à parte dianteira. Pelo contrário, se estiver descalço, com sapatos de sola compensada ou de chinelos, o drop será nulo pois a parte dianteira do pé e o calcanhar estarão exatamente ao mesmo nível. 

Relativamente ao calçado de corrida, o drop médio é de 12 mm. Note-se que quanto mais elevado for o drop de um par de sapatos, mais a pessoa que os usa terá a tendência de bater no solo com calcanhar. Ora, essa passada que os sapatos com drop alto nos incitam a ter não é, de todo, natural : experimente, portanto, correr descalço na areia ou na relva e notará, de imediato, que é sobre a parte dianteira e média do pé que corre, e não sobre o calcanhar. Compreendemos melhor o interesse crescente dos praticantes de trail, amantes da natureza, por este famoso drop reduzido que ajuda o pé a aproximar-se mais da sua passada, precisamente, natural...

Que drop escolher? 3 questões que talvez se coloque relativamente à passagem de um drop alto para um drop baixo

1. A nível muscular, o que é que se passa quando se efetua a transição entre um drop alto e um drop baixo?

Em primeiro lugar, é importante lembrar que um drop alto leva a correr sobre o calcanhar, enquanto que um drop baixo incita a correr sobre a parte dianteira ou média do pé. Em contrapartida, um drop não pode, em qualquer caso, modificar uma passada por si só, incita unicamente o/a·praticante de corrida·a correr de uma determinada maneira (e ainda, com a condição de este(a) último(a)·desejar correr desse modo). A passada pertence ao/à praticante de trail, não ao drop. Assim, um(a) praticante de corrida pode muito bem correr sobre a parte dianteira ou média do pé com um drop alto ou correr sobre o calcanhar com um drop baixo (mesmo se isso se assemelhe contraprodutivo, já que a passada evolui portanto inversamente ao que o drop incita a fazer).

Para aquelas e aqueles que têm o hábito de correr com um drop alto (e amortecido), assentando com o calcanhar e que desejem correr com um drop mais baixo (e menos amortecimento) sobre a parte dianteira ou média do pé, é evidente que os músculos não serão sujeitos ao mesmo tipo de esforço. Um drop reduzido associado a um amortecimento leve, com efeito, tende a distender ainda mais os tendões de Aquiles, os gémeos e os músculos das pernas, em geral, pois é, então, o corpo que se torna o amortecedor principal (e já não o calçado). 

2. Como passar de um grande drop para um drop pequeno com toda a segurança?

À imagem de uma pessoa que começa a correr, deve reaprender a correr. Assim, é essencial habituar progressivamente os seus músculos à prática de trail com um drop reduzido (e um amortecimento leve). Pode, por exemplo, reduzir gradualmente o drop com o qual corre ou até partilhar os seus treinos em dois tempos, fazendo o aquecimento com o seu calçado de drop baixo e depois o seu treino específico com o seu calçado habitual. Ao proceder assim, regista a mecânica da passada forefoot (parte dianteira do pé) ou midfoot (parte média do pé) com o drop baixo na fase de aquecimento e pode, de seguida, tentar conservar esta passada com o seu calçado habitual desde os primeiros minutos do seu treino específico. 

3. A passada é mais eficaz com um drop reduzido? 

É verdade que à medida que o drop baixa e se aproxima do drop zero, isso incita-o a aproximar-se da sua passada natural (aquela que adota quando corre descalço), portanto assente na parte dianteira ou média do pé. Mas não pense, por isso, que reduzindo o seu drop, a sua passada irá assentar automaticamente na parte dianteira ou média do pé. Tal como referimos anteriormente, se o drop baixo incita à passada forefoot ou midfoot, não a executa, no entanto, sem a sua intervenção. O drop é um utensílio mas é você que está ao comando.

3 Questões que talvez se coloque relativamente à passada natural

1. Drop baixo é igual à passada natural?

O drop zero de um pé nu é efetivamente aquele com o qual pode correr com a sua passada natural. O drop zero ou baixo de um calçado de corrida (com mais ou menos amortecimento) é diferente já que o incita unicamente a adotar a passada natural, mas não o faz por si só.

2. Quais são as diferenças entre minimalismo e passada natural? 

A tendência minimalista designa o que se aproxima mais do pé descalço, a saber um drop e um amortecimento que sejam nulos ou praticamente nulos (portanto a corrida com pés descalços, com calçado five fingers ou com sapatos minimalistas). A passada natural, quanto a ela, faz referência à passada que temos quando corremos descalços, batendo no chão com a parte dianteira ou média do pé. Pode-se, assim, por exemplo falar de uma passada natural num calçado com drop nulo e que possui mesmo assim 12 mm de amortecimento.

3. A passada natural previne as lesões? 

O corpo necessita de tempo para encontrar as suas funções de amortecimento natural, devendo a passada natura ser, portanto, criada progressivamente a fim de se evitarem as lesões, tais como as tendinites. E para os doce·sonhadore(a)s, saibam que a passada natural não é uma solução de treino excessivo! Não espere, por isso, ficar imune às lesões de fadiga… ! A única coisa que pode impedir a ocorrência desse tipo de lesões não é nada mais do que a sua boa vontade de ser (enfim, talvez) um pouco razoável.

Mt cushion*, a aliança de um drop reduzido e de um amortecimento suave para um conforto absoluto!

*“MT” para montanha e “Cushion” para almofada, pois trata-se de calçado de trail polivalente característico de montanha, com o qual “se imagina a correr sobre uma almofada completamente leve, suave e macia. Algo que nos protege”, confidencia Pavlina, membro da equipa conceção de Evadict.

A história do drop com evadict

Conceber um calçado de trail, de drop reduzido, ultraconfortável e com efeito amortecedor é a definição a que se lançou (e em que se focou) a nossa equipa de praticantes de trail apaixonados. Questão de génese, que talvez (ainda) não o soubesse, mas praticamente todo o nosso anterior calçado possuía um drop de 10 mm. Tínhamos, portanto, uma verdadeira reflexão a desenvolver a fim de dar resposta, da melhor forma, às expetativas das pessoas que abraçavam a energia do drop reduzido e da passada natural. “Nós efetuámos um estudo que revelou,em linhas gerais, que uma redução de drop de 2 mm não era realmente significativa para o corpo. A passagem de 10 mm para 8 mm também nos permitiu reduzir o drop do nosso calçado, sem expor o/a praticante de trail a eventuais lesões. O drop de 8 mm é doravante o nosso drop máximo”, relata Thierry, chefe de produto. Partindo do princípio que uma redução de drop de 2 mm não era suficientemente grande para ser notada, optámos posteriormente por conceber um calçado que pudesse proporcionar ao desportista que a usa uma sensação diferente, com um drop mais baixo que seja não de 6 mm, mas de 4 mm : assim nasceu a MT Cushion. “Este calçado possui sem dúvida um drop reduzido de 4 mm, mas continua maximalista e muito protetor com os seus 22 mm no calcanhar e os seus 18 mm na parte dianteira do pé. De facto, em vez de reduzir ou aumentar a altura do salto (para diminuir o drop), optámos por elevar o amortecedor, a fim de isolar ainda mais o pé do relevo do solo. Não se trata, portanto, de um calçado seco (com muito pouco amortecimento), como aqueles que podem usar os competidores·de trails curtos ou de skyrunning”. 

Porque atribuir a importância ao amortecimento?

É precisamente no amortecimento que reside, em parte, o interesse de MT Cushion. Enquanto que uma transição para um calçado minimalista, de drop reduzido e sem amortecimento (ou muito pouco) pode por vezes ocasionar o seu lote de lesões, uma transição para a MT Cushion faz-se, justamente, sem transição. E por uma boa razão, o amortecimento vem limitar as vibrações ocorridas devido ao impacto da passada sobre o solo, e protege-o, assim, entre outros, de tensão sobre os tendões de Aquiles e de pressões nos músculos dos gémeos (já que o drop baixo o ajuda a correr sobre a parte dianteira ou média do pé e que talvez não tenha o hábito de o fazer).

“A MT Cushion destina-se a todas as pessoas que procuram um drop baixo e amortecimento. Em contrapartida, não convêm, talvez, a praticantes de trail interessados na tendência minimalista (drop e amortecimento baixos ou nulos). É importante notar que este calçado deve ser abordado pelo seu drop E pelo seu amortecimento suave e confortável”, sublinha Thierry. É ocasião para lembrar que o drop reduzido não combina necessariamente com minimalismo. A nossa MT Cushion não tem, neste caso, qualquer traço minimalista, possuindo, pelo contrário, um carácter maximalista, oversize… Exibindo um drop de 4 mm!

Um verdadeiro teste!

E se tiver dúvidas acerca da polivalência deste calçado que combina, simultaneamente, um reduzido drop e amortecimento, o Thierry pode tranquilizá-lo. “O meu colega (Damien)e o meu irmão correram os 50 últimos quilómetros da prova Diagonale des Fous® com as MT Cushion. Eles usaram-nas a partir do início da vie de Sans Souci (km 126), na posição final, pois estas sapatilhas são confortáveis, leves e dotadas de uma excelente preensão”, qualidades que os pés fatigados e entorpecidos pelo esforço sabem reconhecer e apreciar. E em caso de interesse por parte de curiosos (quer sejam conhecedore(a)s ou novato(a)s), saibam que esses três loucos terminaram a prova lado a lado, após 33 horas e 22 minutos de corrida na Ilha de Reunião!

Manon

Manon

Filha, irmã e companheira de ciclistas. Praticante de trail* aclamada desde a escola de desporto. Nível Ultra* em aquisição. Maratonista e campeã nos 10 000 metros de marcha atlética da France Junior 2013. Apaixonada por histórias de desportistas.

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