Qual é o limite?
Nem sempre é fácil compreender as especificidades desta técnica de treino. A própria explicação da noção de limite permanece confusa para muitos.
Para simplificar – mesmo que isso signifique caricaturar – o seu princípio e o processo fisiológico que envolve, provavelmente é melhor manter o significado literal da palavra: o limite indica o ritmo em que um corredor treina quando está no ponto de mudar para outro tipo de esforço. Passar de uma velocidade confortável do tipo jogging (até cerca de 80% da frequência cardíaca máxima) para um ritmo mais sustentado (mas sem utilizar o sistema anaeróbico).
O objetivo deste tipo de trabalho é acostumar o corpo a tolerar um certo grau de desconforto em termos de falta de ar. E correr por períodos cada vez mais longos (de cinco minutos para começar até 30 a 45 minutos para corredores experientes) a uma velocidade 'limite' além da qual o esforço cessaria rapidamente devido ao acumular de ácido lático nos músculos.
Assim como no trabalho intervalado, o treino no limite é equilibrado entre as fases de esforço sustentado e recuperação. Exemplos de sequencias: 4x6min com recuperação 2'; 2x10min com 5' de recuperação.
Entre os muitos benefícios a serem obtidos com o treino no limite semanal: desenvolvimento da capacidade de correr mais rápido e por mais tempo, mas também aquisição de melhor resistência. De fato, esta técnica de trabalho ensina os músculos a administrar melhor as suas reservas de açúcar e, portanto, a manter uma maior qualidade de esforço ao longo do tempo.
No nível mental, o limite obriga o corredor a lutar e sair da respiração muito confortável do jogging tradicional. É desejável, quando possível, realizar esse tipo de treino em grupo para estimular a fibra do competidor.