C/ pausa - 2º ato: a prática lúdica e diversificadora
No meu entender, a pausa não se limita ao período de descanso total. É completada por um período (mais ou menos longo) em que praticamos outras atividades desportivas, por puro prazer, sem intensidade e sempre escutando o nosso corpo.
Todos os anos, durante o período de pausa, coloco-me mil questões sobre as atividades que tenho vontade de fazer mas para as quais não tenho tempo durante a época. O triatlo é um desporto exigente e cronófago que não deixa tempo para outros desportos.
O que é certo é que não tenho vontade de nadar na piscina (estou farto de contar os azulejos do fundo), não tenho vontade de andar de bicicleta na estrada (farto do asfalto, dos carros e das rotundas) e não tenho vontade de correr (farto de seguir o cronómetro ou um ritmo predefinido).
- BTT: pedala-se… mas não no asfalto!
Tendo em conta que adoro o outono (as cores, os cheiros, o tempo), eu inclino-me para as atividades na natureza: a BTT e o trail, nomeadamente, permitem-me evadir-me e desfrutar da beleza natural.
Já o ouço dizer: «Ok, mas afinal continuas a andar de bicicleta e a correr». Sim e não. Garanto-lhe que estas duas atividades são muito diferentes do que faço habitualmente! Pegar na BTT e partir à descoberta por pequenos atalhos no bosque ou na montanha é muito mais agradável do que fazer quilómetros no asfalto e ouvir os carros a buzinar. Basta o terreno ser um pouco técnico para mudar tudo, em comparação com a bicicleta de estrada.
- Trail : Corrida? A sério?
Sim, é corrida à mesma, mas o facto de fazer trail permite-me livrar-me completamente do cronómetro! Sendo competitivo, concebo sempre a corrida com um determinado ritmo e zona de intensidade cardíaca. No trail, identifico o circuito que quero fazer (de preferência com desnível) e esqueço o relógio. Manter o mesmo ritmo deixa de fazer sentido quando há uma encosta a superar. Concentro-me no caminho a tomar, paro para me orientar, corto através dos campos, paro para contemplar as vistas que a natureza me oferece. Resumindo: deixo-me ir ao sabor da descoberta.
- Atividades na natureza menos comuns:
Seguindo a mesma ordem de ideias, poderá lançar-se noutras atividades agradáveis: eis duas que pratico regularmente:
Corrida de orientação: em setembro e outubro, vários clubes propõem corridas de orientação. São bastante lúdicas e permitem queimar energia com um objetivo diferente. Sempre adorei ler um mapa e, no meio da natureza, com calçado de corrida, é fenomenal!
Bike and Run: uma bicicleta, duas pessoas: uma que corre, uma que pedala, e troca-se quando se quiser. Permite passar um bom momento entre amigos e/ou em família.
Para além de saltar entre bicicleta e corrida, pode guardar algum tempo para se lançar em muitas outras atividades. Eu arranjei tempo para me meter no Yoga. Embora seja ainda uma novidade e uma curiosidade para mim, acho que vou manter esta prática uma vez por semana ao longo do ano. Nunca teria pensado nisto durante a época e sempre disse «não tenho tempo para mais». Agora que estou rendido à prática, vou-me organizar de outra forma para poder fazer uma sessão semanal ao longo de todo o ano.
Em suma, já compreendeu: A-P-R-O-V-E-I-T-E, é o momento de relaxar, de satisfazer a curiosidade por outras atividades e, porque não, de encontrar outra paixão?
- O prazer acima de tudo!
Termino o parágrafo salientando que em nenhuma destas novas atividades lúdicas me preocupo com o desempenho. Deixo-me guiar pela minha vontade e pelas minhas sensações. Se me sinto em forma, puxo mais um pouco. Se não me sinto muito em forma, vou mais devagar. É importante compreender isto. Já corremos bastante atrás dos cronómetros ao longo do ano.
Faça 1, 2 ou 4 sessões por semana, conforme lhe apeteça. Desaconselho-o a exagerar. Lembre-se que está num período de descanso do corpo. Se normalmente treina entre 5h e 7h por semana, corte pela metade e pratique entre 2h e 3h por semana.