Como definir e cumprir boas resoluções desportivas?

"Este ano quero correr uma meia-maratona" , "Quero começar a ir para o trabalho de bicicleta", "Vou regressar ao ginásio" ...

Estas e tantas outras resoluções que se ouvem na noite da passagem de ano e se prolongam durante os primeiros meses do ano. Mas afinal, quantas delas acabam por ser verdadeiramente cumpridas? Por preguiça, falta de tempo ou motivação, a verdade é que os bons hábitos podem ser divertidos e o desporto é um aliado no bem-estar físico e psicológico!

Sobretudo se associarmos um objetivo simbólico e real, como correr 10 km por semana, participar numa prova de atletismo, criar rotinas semanais...

As boas intenções multiplicam-se a partir de janeiro e cada pessoa mostra-se disposta a redobrar os esforços para recuperar a boa forma ou começar a praticar desporto.
No entanto, a realidade é muito diferente e são poucas as pessoas que conseguem levar até ao fim as suas resoluções desportivas.

Como explicar isto? A falta de vontade parece ser a grande responsável.
Mas não só: vários investigadores associam também as nossas origens biológicas entre os fatores responsáveis pela nossa preguiça. Existem substâncias químicas segregadas pelo homem (os endocanabinoides) que ativam alguns recetores do nosso cérebro, que controlam o neurotransmissor essencial para a motivação.

Será afinal esta a explicação para o facto de as pessoas não agirem todas da mesma forma quando se trata de cumprir resoluções? Devemos aceitar a preguiça como o fator principal?

É verdade, no meio da motivação que nos leva a ação e ao cumprimento dos objetivos, nem sempre passamos por momentos felizes e a vontade de desistir acaba por nos assombrar.
Mas como contornar isso? 
A motivação é como aquela velha amiga, que pode passar semanas sem se verem, mas quando ela está lá, passam os melhores momentos juntas! Então, é criar oportunidades para se voltarem a ver, como criar objetivos para nós próprios e ver a motivação a funcionar e a passar pelas diferentes fases:

1. A euforia do início
Avanças rapidamente, divertes-te, descobres-te, és empurrado pelo novo e pela descoberta. Tudo corre bem e, com regularidade, progrides rapidamente no início. 
É nesta fase que devemos ter cuidado e dosear a prática: não fazer muito para não magoar, ou aborreceres-te.

2. A estagnação
Chega-se a um planalto e tem-se a impressão de que já não se está a progredir. É verdade, todos passamos por isto...
A falta de resultados visíveis é moralmente difícil de ultrapassar, mas faz parte. Há alturas em que se faz menos progressos, e por isso está-se menos motivado e a euforia do início cai.
É nestes momentos que temos de usar a força mental, encontrar motivação nos treinos, recorrer a um treinador ou encontrar outros objetivos.
Estes "planaltos de progresso" são necessários para a integração de novas capacidades motoras e intelectuais e também para a recuperação dos músculos. Usufrui destes momentos e não deixes que te tirem a motivação!

3. O Progresso
Não te preocupes, se continuares a atividade regularmente, a curva de progresso irá subir novamente e a motivação para o desporto irá disparar!
As fases 2 e 3 sucedem-se frequentemente... por isso aguentem-se! Importa é que até ao final do ano todas as fases sejam vividas com a maior intensidade, motivação e que as resoluções desportivas sejam sempre o foco para manter a atividade física constante.