1. A expetoração que persiste
Sente a boca pastosa. A saliva acumula-se. Custa-lhe, cada vez mais, engolir. Além disso, tem outros praticantes colados a si. Já ouviu o suficiente: estas últimas frases são o suficiente para preparar o cenário para o seu pior pesadelo, aquele em que quer cuspir, bem, onde DEVE cuspir, mas não pode, porque está aterrorizado(a) com o que pode acontecer se falhar, e em público. No entanto, a expetoração vai ter de sair, eventualmente.
Bem, não se sente de todo pronto(a) para expulsar o projétil de uma só vez, mas o que tem de ser tem muita força! Começa a tentar: “arggg pfff” (é o som que os rapazes fazem, as raparigas sabem ser mais discretas). E eis que a expetoração sai. Finalmente. Ah! Mas… Como uma pessoa que salta com uma corda de bungee jumping, o muco mergulha no ar, a gravidade leva-o para o chão e, de repente, volta a subir… Suspenso por um fio, pouco percetível, mas no entanto tão sólido. Sim, como em Mulan.
Para sair desta situação em grande estilo, não bata com o antebraço no "pacote", como se estivesse desesperado(a) para se livrar de um inseto. Aperte a ponta do fio entre o polegar e o indicador (à entrada da boca), e atire-o para o lado, num movimento preciso e hábil, tendo o cuidado de não deixar que se cole à manga. Sim, requer uma certa prática. E sim, já passei pela experiência.