vários tipos de açúcares

Adicção ao açúcar: porque nos viciamos e como o resolver?

Frequentemente diabolizado, mas tão apreciado. O açúcar faz falar muito de si. Alguns falam mesmo de adicção ao açúcar. Destrincemos em conjunto o verdadeiro do falso.

Desde a noite dos tempos que a Humanidade é caçadora e recolectora. Os nossos ancestrais alimentavam-se principalmente de frutas e legumes, depois de carnes e de produtos cerealíferos. Os alimentos tendencialmente açucarados eram a nossa fonte de energia principal. Uma energia indispensável para nos dar a força de encontrar alimentos para sobrevivermos.

Atualmente, num mundo muito mais sedentário, continuamos a consumir açúcar porque o nosso cérebro está programado para isso! Não és assim o(a) único(a) a sentir esta adicção por alimentos açucarados, nem é uma situação anormal.

Porque somos tão viciados no açúcar? Quais os riscos desta adicção? Como eliminar esta dependência? Vamos descobri-lo em conjunto.

Para que serve o açúcar?

Antes de falar de adicção, é importante saber porque é que o açúcar existe. Efetivamente, a sua existência tem razão, e é-nos útil no dia-a-dia.
O açúcar faz parte da família dos hidratos de carbono, cujo papel principal é o de fornecer ao organismo a energia necessária ao seu funcionamento. É, de certa forma, o combustível das nossas células. 
Por exemplo, a glucose permite que os músculos se contraiam, quer se trate dos gémeos de um praticante de maratona ou do indicador quando clicamos no rato do computador.
A glucose é também indispensável para o nosso cérebro, um grande consumidor de energia. Apesar de o cérebro apenas representar 2 % do nosso peso, utiliza em repouso 60 % da glucose do organismo!
Como percebes, sem este combustível é muito complicado mexermo-nos, pensarmos, concentramo-nos e viver, muito simplesmente.

Existem duas grandes famílias de açúcares: 

Os açúcares rápidos: o açúcar de mesa, as frutas, os frutos secos.
Os açúcares lentos: os produtos cerealíferos, principalmente.

O açúcar não é assim necessariamente um produto com sabor açucarado. É um dos motores do nosso corpo, desde que seja cuidadosamente escolhido e consumido...

O açúcar atua como uma droga no nosso cérebro

Quando consumimos um produto açucarado, o sistema de recompensa do cérebro é ativado. A dopamina, a hormona da felicidade, é então secretada pelos neurónios, o que nos faz sentir bem, como se estivéssemos numa nuvem. O nosso cérebro regista rapidamente este fenómeno. irá associar o açúcar ao prazer.
Na realidade, este fenómeno não é novo, tem origem na mais tenra infância. O leite maternal é açucarado, e é assim sinónimo do conforto e do amor da mamã.
Quem nunca ouviu os seus pais dizer “acaba o teu prato e tens direito à sobremesa” ou ainda “tiveste boas notas, toma uns trocos para comprares uns rebuçados”.
Como vês, desde a nossa tenra infância, o açúcar tornou-se uma recompensa e não apenas uma fonte de energia para sobreviver.

E é por isso que somos tão viciados no açúcar! E os industriais sabem-no bem…

Os impactos do açúcar na nossa saúde

O consumo excessivo de açúcar

Como em tudo, o excesso é inimigo do bom. Consumimos atualmente demasiados açúcares, através de produtos naturalmente açucarados, mas também de produtos transformados.
O atual consumo de açúcar excede muito largamente as nossas necessidades. Já não somos caçadores, mas seres maioritariamente sedentários. Mesmo que tenhamos incorporado uma atividade desportiva na nossa rotina semanal, tal não substitui as 7 h passadas sentado atrás de um ecrã, seguidas de 3 h atrás do ecrã do telefone ou televisão. As nossas necessidades diárias diminuíram ao longo da evolução.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda limitar o consumo de açúcar adicionado a 25 g (seis colheres de café) por dia por adulto. E para o bom desenvolvimento de uma criança, recomenda apenas 12 gramas por dia.
Para ter uma ideia, saiba que, em França, o consumo médio de açúcar adicionado aproxima-se dos 100 g (24 colheres de café) por dia.

O esgotamento do organismo

O outro problema de uma adicção ao açúcar provém da qualidade medíocre dos açúcares que consumimos. Na maior parte dos casos, ingerimos açúcares transformados, industriais, sem qualquer contributo nutritivo. Ingerimos alimentos "vazios de calorias", que o corpo tem dificuldade em digerir. Ora, a digestão consome mais de 70% da nossa energia. Ao querer consumir açúcares para ganhar energia, acabamos por ir no sentido contrário.

E a cereja no topo do bolo: o açúcar causa inflamação no corpo, na origem de numerosos problemas de saúde como:
 - problemas digestivos e intestinais;
 - problemas circulatórios;
 - problemas respiratórios;
 - atenuação do sistema imunitário.

Mas não é assim tão simples acabar com isto, porque o açúcar faz parte do nosso dia-a-dia.

O açúcar está em todo o lado!

A maioria dos açúcares ditos de má qualidade estão presentes nos produtos industriais transformados e ultratransformados, como:
 - bolos e bolachas;
 - bebidas (sumos e refrigerantes);
 - produtos salgados preparados, molhos, molhos de tomate, sopas, etc.
Em suma, em 80% dos produtos transformados.

É porque estão ocultos que se tornam tão viciantes. Consumimo-los sem nos apercebermos deles, logo em quantidade demasiado elevada.
E quanto mais os consumimos, mais viciados ficamos. É precisamente por esta razão que os industriais os utilizam. Para que os consumamos mais e mais. A indústria agroalimentar mantém esta adicção e engana o nosso cérebro.

4 Truques para limitar a adicção ao açúcar

Mesmo que te pareça algo impossível de conseguir, pode contar com a plasticidade do nosso cérebro para o alcançar! O cérebro cria músculo todos os dias, e adapta-se muito rapidamente à situação. Ao habituares o nosso cérebro a comer menos açúcares, após alguns dias, ou quiçá algumas semanas de esforços para controlar os teus impulsos, irás sentir rapidamente os benefícios desta diminuição de açúcar. Tanto fisicamente como mentalmente.

Mas como fazer, concretamente? aqui ficam algumas ideias para implementar:

 - Pare de comprar produtos transformados e privilegie os alimentos "brutos" ;
 - Experimente os chocolates pretos com 70% de cacau em vez da tablete de chocolate de leite;
 - Experimente alternativas mais naturais ao açúcar branco refinado, altamente adictivo;
 - Substitua o seu pequeno-almoço açucarado por uma variante salgada.

Por exemplo: uma tosta de abacate com um ovo e uma peça de fruta fresca. Ao evitares começar o teu dia com açúcar, o teu cérebro irá tornar-se menos viciado.

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Conhece a questão "o açúcar é um amigo ou um inimigo"? Ela não tem uma real resposta. O açúcar é antes de mais uma fonte de energia, antes de ser um conforto. A adicção ao açúcar é bem real e fácil de explicar. Não és o(a) único(a) a senti-la! Mas agora que percebeste de onde vem esta adicção, é tempo de acabar com ela. Mas por onde desejas começar?

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