1/ Que tipo de sessões devo programar?
Já fez a maior parte do trabalho. Muitas vezes é difícil reconhecer a importância deste período, pois o atleta acha que não está suficientemente preparado. Lembra-se das sessões a que faltou, das que foram mais curtas por falta de tempo, e coloca-se a famosa questão: será que fiz o suficiente? A sensação de não estar devidamente preparado induz a querer aproveitar os últimos dias para ganhar confiança e recuperar o tempo perdido, correndo o risco de fazer demasiado!
A estes fatores desportivo e psicológico, junta-se o fator fisiológico. Com efeito, os treinos das últimas semanas provocaram um aumento de endorfinas (hormonas da felicidade) e dos níveis de dopamina (neurotransmissor do prazer e da vigília) no organismo, originando, ao nível psicológico do desportista, uma sensação de carência e a necessidade de mexer o corpo, de treinar. O corpo tem vontade de manter o ritmo a que se habituou.
No entanto, é preciso encontrar um compromisso para chegar ao dia D em plena posse das suas capacidades. A última semana deve ser uma semana de recuperação. Certamente, não deve deixar o corpo inativo, mas deve programar sessões curtas e de pouca intensidade. Esta última semana faz parte do período de aprimoramento do triatleta. Deve servir para tirar partido das sessões mais duras das semanas anteriores.
As sessões programadas servem também para serenar o espírito do triatleta e permitir-lhe eliminar o stress resultante da aproximação do evento. É frequente os triatletas queixarem-se de várias dores na última semana! O triatleta escuta o seu corpo e está mais recetivo ao que se passa. Por isso, deve encontrar a dose certa. Ouve-se frequentemente que mais vale treinar de menos do que treinar de mais. Então, não entre em pânico, não sobrecarregue as suas sessões, sob pena de chegar já cansado ao início da prova.