Saber nadar é assim tão essencial? Se vive na cidade, sem acesso a uma praia ou piscina, ou se prefere as montanhas ao mar... pode perguntar-se se é realmente benéfico ensinar as crianças a nadar. Quer seja para as ajudar a adquirir os reflexos necessários à sua segurança, desenvolver competências psicomotoras ou para tirarem proveito dos desportos aquáticos... boas razões não faltam! Catherine, chefe de produto na Nabaiji, Marie, psicomotricista, e Sandra, professora de natação, oferecem seis razões para o porquê de a natação ser essencial.
Saber nadar significa desfrutar do seu meio envolvente ou das férias em plena segurança. Viver junto ao mar, ter acesso a uma piscina privada ou partir numa viagem de barco são situações em que a capacidade de adaptação em caso de queda acidental à água é essencial. Assim se previnem afogamentos, especialmente no caso das crianças, em áreas com menos supervisão.
Saber nadar por segurança implica a aquisição de um conjunto de reflexos automáticos. A técnica virá mais tarde! O primeiro objetivo é: compreender como iniciar os movimentos de braços e pernas para chegar à borda de uma piscina, resistir à corrente ou nadar até um barco.
No caso de alguém que não sabe nadar, Sandra, professora de natação, recomenda ensinar-lhe antes de mais a "posição de segurança de costas. Esta posição requer que eleve a barriga para subir até à superfície. Deve-lhes ser ensinado como respirar debaixo de água e ativar os reflexos que regulam os movimentos de braços para se deslocarem até à costa."
Para crianças mais pequenas, o mais importante é apresentá-las à água num contexto de prazer e diversão. Devem sentir-se confiantes. Prepare-as gradualmente para as posições de segurança em contexto de brincadeira, e ao seu próprio ritmo. Não mais do que 20 min. para crianças com menos de 3 anos e até meia hora para crianças mais velhas. Marie, psicomotricista, também recomenda trabalhar "três bases com eles: equilíbrio, respiração e propulsão".
- Propulsão: Em termos práticos, a propulsão é desenvolvida na piscina dos bebés, onde as crianças se podem levantar, jogando à apanhada. É isso mesmo, correndo atrás delas!
- Equilíbrio: Marie sublinha que a criança deve gradualmente "transitar da posição vertical para a horizontal ao mesmo tempo que pratica a manutenção de uma posição estática. Devem primeiro encontrar o equilíbrio, depois prosseguir para o deslocamento na horizontal, realizando movimentos simultâneos de braços e pernas." Também conhecido por "nado à cão" ;) "O crol e os movimentos alternados virão mais tarde. Geralmente, começam a desenvolver a coordenação a partir dos 5 anos."
- Respiração: Podem agarrar-se à borda da piscina e deitar-se de costas. Segure-as à superfície, colocando a sua mão por trás das costas. Assim, conseguem flutuar com a sua ajuda. A partir daqui, podem também começar a tentar os seus primeiros movimentos de natação. Quando se sentirem preparadas, convide-as a virarem-se, com a cabeça imersa, com a sua ajuda. Para as ajudar a deslocarem-se para a frente debaixo de água, segure a cabeça e acompanhe os seus movimentos. Desta forma, a criança poderá começar a aprender a respirar debaixo de água.
A psicomotricista afirma ainda que, "apesar de isto variar de indivíduo para indivíduo, é frequente observarmos que deixam de estar tão energéticas. Passam a estar mais calmas e tranquilas. Também irá reparar que compreenderam o princípio da flutuação. Adaptam-se à água tanto em termos de habilidades motoras como sensoriais."
Embora as vedações possam ajudar a tornar as piscinas privadas mais seguras, as crianças também podem aprender como chegar à borda em caso de queda. Esta é a proposta da Sandra enquanto parte de um programa: "Sob pretexto de um jogo, retire-lhes os óculos de natação, coloque-lhes uma t-shirt e calças de fato de treino para simular uma situação de queda acidental. A ideia é ensinar à criança como chegar à borda, sem ajuda, de costas, aguardando a chegada de um adulto."
Para patinhar numa piscina, no mar ou num lago em plena segurança, não descure o material dos seus filhos. Sem minimizar a supervisão, os coletes, braçadeiras, boias e/ou cintos permitem-lhes flutuar enquanto brincam na água e, assim, terá mais paz de espírito.
Nas aulas de natação, é mais frequente usar-se pranchas ou esparguetes de espuma para lhes dar a conhecer a flutuação do próprio corpo.
Saber nadar também funciona como passaporte para outros desportos. Abre portas em todas as disciplinas que inerentemente envolvam contacto com água.
Para desportos na água como natação artística, surf, polo aquático, mergulho, stand up paddle ou eventos de swimrun, nadar é um pré-requisito.
Para desportos aquáticos como vela ou kayak, mesmo tendo vestido um colete salva-vidas, saber nadar irá garantir-lhe melhores condições, sem o receio de cair à água. Esta habilidade permite ao entusiasta estar mais recetivo à aprendizagem e à atividade em si.
Aprender a nadar bruços ou crol, por exemplo, permite-lhe desfrutar não só da natação, como de todo um leque de desportos!
A água é uma fonte de diversão, e saber nadar significa ser capaz de tirar prazer de estar na água com serenidade ao longo de toda a vida. Dos 0 aos 99 anos, em todo o mundo, a natação é a porta de entrada para uma grande variedade de sensações.
Para as crianças mais pequenas, o primeiro contacto com este elemento vai muitas vezes de par com pura alegria: patinhar, salpicar, saltitar... Aprender a nadar é uma experiência agradável, desde que se mantenha divertida.
Saber nadar é igualmente uma forma de explorar. Quer natação em águas abertas, quer na praia, quer em snorkeling junto às rochas, não há nada melhor que nadar para observar pequenos peixes e o mundo subaquático.
A natação também oferece várias possibilidades de desenvolvimento psicomotor. Marie explica que existem "inúmeros benefícios, em vários domínios: físico, cognitivo, emocional, da destreza, confiança, coordenação dos membros superiores e inferiores, agilidade e tonificação muscular.
Esta atividade estimula a perceção tátil, sensorial, social, visual, auditiva e espacial."
Acrescenta que "o ato de nadar em si envolve vários sentidos e é rico em experimentação. O contacto entre a água e a pele estimula a reflexão sobre o revestimento do corpo, a sua natureza enquanto recipiente, a consciência do corpo, da flutuação e da relação entre causa e efeito."
A natação é um desporto suave para as articulações, não envolve impacto e contribui para uma boa recuperação muscular. Ao mesmo tempo, desenvolve a aptidão física e incentiva os nadadores a superarem-se. É uma atividade ideal para tonificar os ombros, os braços e as costas.
A natação também estimula a circulação sanguínea. Sandra indica a "natação com barbatanas para eliminar os fluídos em excesso e pelo efeito massajador. Permite aos nadadores emagrecerem, trabalhando ainda a resistência, pois é necessário mais esforço dentro de água do que fora, embora sentindo menos desconforto." Experimente aquafitness ou aquafinning! As equipas médicas também recomendam natação para casos de escoliose ou excesso de peso, ou para reabilitação.
Por último, a natação ajuda a relaxar. O nadador experimenta uma sensação de bem-estar quando dentro de água, e deriva prazer da flutuação. É um momento de satisfação. E, terminada a sessão de natação, todos experimentamos uma sensação de calma depois!
Saber nadar e, por isso, interagir com os outros na água e aprender em grupo implica sentir uma variedade de emoções e partilhá-las enquanto família ou entre amigos.
Marie reitera que esta atividade facilita o "desenvolvimento emocional: através da alegria vivida, das relações e ligações sociais que ajuda a estabelecer. Todos estes fatores geram (ou restauram) confiança!"
Segundo Sandra, "ver amigos a nadar é motivante. Ajuda a tornar a natação mais divertida. Além disso, deslizar pelo escorrega e participar em jogos no fim da aula é uma oportunidade para se divertirem juntos. Há toda uma vitalidade que não encontramos nas aulas individuais."
Consegui convencê-lo? Desde a segurança na água à alegria que a água proporciona, saber nadar traz muitas vantagens. Deixe um comentário sobre o que é mais motivante para si.
Yin yoga, caminhada, ciclismo… (Está bem, às vezes na bicicleta elétrica) ;-) ): Prefiro desportos lentos. O meu objetivo é: combinar bem-estar, refúgio e lazer. Também acho maravilhosas todas as modalidades artísticas.
Provavelmente deve-se aos meus 10 anos de dança no ginásio! Mas sentir o entusiasmo dos atletas apaixonados que vou conhecendo é o que mais gosto. E partilhar o seu entusiasmo nos tutoriais e dicas que aqui escrevo.
