escaladora em falesia

O glossário da escalada

«Escorreguei a escalar à frente numa réglette  e caí no crux»
Esta frase parece-lhe estranha? É por pouco tempo! Preparámos-lhe um glossário de palavras que deve conhecer para progredir na escalada.

Escalada - sub-modalidades

A escalada, consiste em fazer uma progressão, num plano inclinado, vertical, com o objetivo de chegar ao topo.
Utiliza como meio de progressão as mãos e os pés, como pode existir o riso de queda utiliza-se material de segurança para minimizar o impacto da queda.

  • escalada classica

    Escalada clássica

    Escalar por itinerários não equipados, em montanhas ou grandes falésias. Utiliza a técnica de auto proteção, com pontos de segurança amovíveis e admite técnicas de progressão em livre e artificial.

  • ESCALADA - desportiva

    Escalada desportiva

    Escalar vias totalmente equipadas de média dimensão. Os pontos de segurança são fixos, utiliza-se a técnica de progressão em livre, sem recurso a equipamento quer para progredir, quer para repousar apenas para segurança.
    Pode ser realizada em rocha natural ou em paredes artificiais.

  • ESCALADA - boulder

    Boulder/bloco

    Escalar blocos de rocha "resolução de problemas" sem recurso a corda, até uma altura que seja seguro saltar para o chão.
    Pode ser realizada em rocha natural ou em paredes artificiais.

Escalada desportiva

  • Escalada Desportiva

    Escalada falésia/rocha

    Vias previamente equipadas com pontos intermédios de protecção, que garantem a segurança do escalador em caso de queda.
    Nesta disciplina da escalada procuram-se minimizar ao máximo os risco inerentes à sua prática, de forma a que a atenção do escalador se concentre na realização de todos os movimentos necessários para atingir o topo da via de forma livre, sem recurso a ajuda artificial.

  • Escalada indoor

    Escalada indoor/rocodromo

    Estruturas Artificiais (EA) derivam da escalada em rocha, permitem criar um “meio semelhante” à escalada em rocha ou ao bloco.
    As EA permitem praticar a escalada em dias de mau tempo (indoor); realizar um treino mais específico até à realização de competições.

  • Escalada grande via

    Grandes vias/bigwall

    Escalada de itinerários, em clássica ou artificial, que demoram dois ou mais dias a concretizar, obrigando à pernoita em parede. Este tipo de escalada ocorre normalmente em paredes com 500 ou mais metros de altura.

Escalada - competição

Em competição podemos ter até 4 disciplinas de pratica. A dificuldade, o bloco, a velocidade ou combinado.
Nos jogos Olímpicos de 2020, realizados em 2021, a 1ª vez que a escalada entrou nos jogos como um desporto Olímpico, a competição de escalada foi em combinado onde os escaladores tinham eliminatórias de velocidade, bloco e dificuldade.

  • Escalada - dificuldade

    Dificuldade

    Esta prática é no que geralmente pensamos quando pensamos em “escalada”. O objetivo é chegar ao topo da via, assegurado com uma corda, avançado com a ajuda de presas.
    Quer seja num ginásio ou em parede natural; à cabeça ou em molinete, em apenas um ou vários comprimentos (já lhes explicamos isto tudo de seguida!)...

  • Escalada - bloco

    Bloco

    Um bloco é um encadeamento de movimentos, mais curto que uma via. Realiza-se sem corda nem arnês. Para amortecer as quedas colocam-se tapetes muito espessos na base dos blocos: os « crash pads » (no indoor, tapetes adaptados que já estão colocados no local). No exterior, para além dos tapetes, deve estar "em par" (ou seja "assegurado" por companheiros que se colocam por trás do escalador para amortecer e orientar a queda em direção ao crash-pad). 

  • escalador em prova de velocidade

    Velocidade

    É um pouco como o 400 metros barreiras da escalada. O objetivo? Subir o mais rapidamente possível até ao topo do muro! E um muro homologado, que tem sempre a mesma altura, a mesma inclinação, as mesmas presas nos mesmos locais (e por isso a mesma cotação), para poder comparar os resultados dos escaladores. 

Comunicar corretamente com o seu assegurador

CORDADA
Ligados pela corda, o escalador e o seu assegurador formam a cordada.

ASSEGURADOR / ASSEGURAR
O assegurador é aquele que...assegura. Assegura o escalador mas sobretudo a sua segurança.
Em molinete e sobretudo à cabeça o seu papel é fundamental, é graças à sua antecipação que o escalador que cai não se aleija. (também se fala em assegurador para indicar um sistema de segurança - ver a parte sobre material).

PARADA
Em bloco, uma vez que o escalador não tem corda, ou os paradores colocam-se atrás dele para amortecer a queda ou no mínimo para o orientar para os crash pads.

PUXA
Quando subimos em primeiro, após uma clipagem da fita expresso por exemplo, podemos gritar "puxa" para o assegurador. Isto indica-lhe que pode puxar um pouco para esticar a corda que os une.
Outra maneira rápida de pedir para tirar corda é através do monossílabo "PI".

BLOQUEIA, SECO ou AGARRA-ME
Quando estamos em dificuldades numa via, para que o assegurador estique a corda ao máximo e que possamos descansar um pouco no arnês.

AMARRAR
Quando chegamos ao topo da via e que temos de fazer a manobra de reunião, colocamo-nos em segurança com a ajuda de uma equipamento chamado "la vache" (sim sim).
De seguida indicamos ao assegurador que pode dar-nos corda para a manobra com a ajuda do termo « vaché ».

DAR CORDA
Quando asseguramos, dar corda significa que colocamos mais corda entre o escalador e nós próprios. O escalador à cabeça pode utilizar o "excesso" de corda para clipar a sua fita expresso.
Outra maneira rápida de pedir para dar corda é através do monossílabo "MU".

Descrever os desempenhos & seu estado físico

COTAÇÃO
É o nível de uma via/bloco, é composto por um número e uma letra  - entre A e C-. Quanto maior for o número e a letra crescendo, mais difícil é a via: 4A, 4B, 4C, 5A, 5B, 5C, 6A… (atualmente a cotação mais difícil conhecida é 9B+).

Se acharmos que a via se encontra entre 2 níveis, podemos acrescentar um “+” : 5B+ será assim mais difícil que uma 5B (e um pouco menos difícil que a 5C).

Atenção, a cotação não é a mesma entre bloco e vias; e com o comprimento, a dificuldade de uma mesma cotação não é a mesma entre vias e grandes vias. Se for escalar para o estrangeiro, as cotações internacionais podem variar, existem tabelas de correspondências nos topos.

LER / LEITURA
Antes de se lançar num projeto à vista, temos de o ler.
Ou seja temos de estudar desde cá de baixo por onde vamos passar, como pensamos colocar-nos, em que momento clipar ou descansar.

MOUSQUETONAR / CLIPAR
Passar a corda na fita expresso (ou relé) quando subimos em primeiro.

À CABEÇA
Subir numa via instalando nós mesmos a corda à medida que subimos, passando-as nas fitas expresso para segurança.

EM MOLINETE
Por oposição à subida "à cabeça", fazemos uma via em molinete quando a corda já se encontra instalada na reunião (no topo da via).

EM SEGUNDO
Numa via com vários comprimentos, o 1º escalador sobe à cabeça. Uma vez que atinge a reunião, instala-se para assegurar o segundo que sobe em molinete.

ENCADEAMENTO
Realizar uma via sem ter descansado (sentado no arnês, suspenso na corda e suportado pelo assegurador).
- Encadear à vista: não detendo nenhuma informação prévia da mesma, ex: comentários de um escalador que tenha tentado subir essa via ou ver alguém a subir.
- Encadear em flash: após ouvir as instruções de uma escalador sobre a mesma ou depois de ter visto alguém a realizar o itinerário.

APÓS TRABALHO
Quando conseguimos uma via depois de várias tentativas, e trabalhado os movimentos.

CRUX
A passagem difícil da via ou bloco.

VACAR
“Vacar” para um escalador deve representar um momento de liberação. Todo escalador evita vacar. Muitos vacam não somente por medo, mas sim porque uma vez que acontece a via será mais encadeada.

CRUZ
Fazer a cruz é realizar o seu projeto, encadear a via

BOLAS
Quando os nossos antebraços estão petrificados pelo ácido lático após um esforço intenso e parecem umas bolas. Nesse momento, estamos ensopados...

ENSOPADO
Exausto, K.O… Cansado com vontade de chorar!

DESMOER
Relaxar e sacudir os braços para tentar evacuar o ácido lático e recuperar alguma energia para terminar a via.

VOO / QUEDA
Sempre sonhou em voar? Na escalada “voar" não é sinónimo de vitória, mas de uma bela queda...por vezes acompanhada de alguns gritos!

ZIPETTE
É quando escorregamos por não ter colocado peso suficiente nos apoios (sobre os pés ou sobre as mãos).

RED POINT
Consiste em escalar à frente uma via que não conseguimos encadear, caindo consecutivamente até ao dia em que conseguimos resolver os movimentos difíceis e subir sem cair ou repousar, até atingir o topo ou reunião.
O ponto vermelho é a altura que vamos vencendo até atingirmos o fim da via.

PINK POINT
Consiste em realizar uma via de escalada desportiva à frente, tendo as expresses sido previamente colocadas na via.
Assim o escalador perde menos tempo e poupa mais força para conseguir encadear todos os movimentos da via, tendo somente que passar a corda pelas expresses.

escaladora em falesia

Objetivo desempenho?

Para ti a escalada é um assunto sério, tens vontade de progredir, até mesmo melhorar o desempenho!?

Então é o momento para encadear, à vista, à cabeça. Qualquer que seja o teu nível...calça os pés-de-gato e vamos a isso!

Técnicas e movimentos

MOUVS
Porque gostamos muito do calão, um escalador utilizar muitas vezes abreviações, aqui trata-te de movimento, de uma postura em particular que deve adotar sobre uma secção da via para conseguir a sua ascensão.

PÉ-MÃO
Figura que consiste em subir o pé numa presa onde antes tínhamos a mão (nota estética = 20/20 ;).

LANÇAR-SE
Saltar para a presa seguinte quando está bastante afastada, largando as presas dos pés.

NO FOOT
Passagem realizada em tração, unicamente com a ajuda das mãos, sem colocar os pés (músculos assegurados!). .

ADERÊNCIA
Colocar os pés em aderência, é utilizar o relevo da falésia ou o fundo de uma placa em sala, a direito sem ajuda das presas para se equilibrar ou progredir… Por isso ouse!

RAPPEL
Quando chegamos ao topo de uma grande via, a menos que haja um caminho acessível para descer a pé, o rappel é obrigatório. 
Esta técnica consiste em instalar uma corda desde a reunião em direção ao chão (ou da reunião seguinte) para poder assegurar-se e descer sobre ela com o material apropriado.

DESESCALAR
Descer uma porção de via em escalando no sentido contrário (para voltar a fazer um movimento, para terminar o aquecimento ou recuperar ativamente). 
Não é para descer com a cabeça para baixo como o homem-aranha, mas mais do género marcha-atrás.

escalador em ginasio

Terreno do jogo: relevos & presas

TOPO
Guia de um local de escalada. Permite conhecer caminhos de acesso às vias ou blocos, as suas dificuldades etc.

GÁS
Quando a passagem é aérea, quando há muito vazio/ gás.

PLACA
Parede lisa e pouco inclinada.

EXTRA PRUMADA
Parede cuja inclinação forma um ângulo agudo relativamente ao chão.

TETO 
Um teto é uma passagem de muro que avança abruptamente no vazio, de forma paralela ao chão.

CHAMINÉ
Quando duas paredes do muro estão frente a frente e o escalador pode progredir em oposição entre os dois muros.

DIEDRO
Quando uma parede é perpendicular a outra. Forma um ângulo, um diedro.

VIA
Itinerário /caminho que se utiliza até ao topo. Em sala, uma via é composta por um conjunto de presas da mesma cor.

COMPRIMENTO
Um comprimento é uma parte de uma grande via, entre 2 reuniões.

PRESAS
Naturais ou artificiais, são as asperidades do relevo ou pedaços de resina que utilizamos para progredir sobre o muro. 
Consoante a sua forma ou profundidade damos-lhe vários nomes: plana, pinça, micro, invertida, mono-dedo, reglete…

DESCANSO
É quando se faz uma pausa numa via para recuperar, aproveitamos para desmoer. 
Podemos efetuar uma pausa mantendo-nos autónomos agarrando as presas; ou então repousar totalmente suspenso pelo arnês e largando todas as presas (nesta segunda hipótese não encadeamos a via).

VIRE
Zona (mais ou menos) plana em falésia, onde podemos ficar de pé para descansar ou assegurar.

REUNIÃO
No topo da via, é a ancoragem onde fixamos a corda (para uma manipulação específica em falésia ou simplesmente passando-a pelos mosquetões se for em sala) para colocar um molinete, assegurar a descida ou o segundo.

RESTABELECIMENTO
É a passagem de saída de um teto ou de um bloco. Saindo de um teto, implica geralmente passar de uma posição na qual estamos em suspensão (pelo facto do extra-prumo), a uma posição em que voltamos ao apoio sobre as presas. 
Em bloco, o movimento assemelha-se muito a uma saída de piscina: todo o apoio sobre os braços.

E quanto ao equipamento?

ENCORDAR
Fixar a corda no arnês com um nó de segurança (o oito é o mais recomendado).

OITO
O nó de 8 é a base do encordoamento do escalador. Mas existem muitos outros nós fundamentais na escalada!!

ARNÊS
O arnês é o equipamento que permite encordar-se para subir com toda a segurança.
A sua construção permite repartir o fator impacto em caso de queda.

CRASHPAD
Tapete muito espesso que se coloca na base dos blocos para amortecer as quedas dos escaladores.

DESCENSOR / SISTEMA DE SEGURANÇA / SEGURADOR
Equipamento que permite ao assegurador dar segurança ao escalador.
Existem diferentes tipos: autobloqueantes ou não, para corda simples ou dupla...

FITAS EXPRESSO / PARES
2 mosquetões ligados por uma correia formam uma fita expresso (formam um par).
À cabeça, passamos a corda nas fitas expresso para das segurança à progressão.

MAGNÉSIO
Pó de magnésio que permite manter as mãos secas para agarrar bem as presas e não escorregar.
É o mesmo que se utilizam nos ginásios.

magnésio-líquido-escalada-mãos
escaladora no ginasio

Falhou algum termo?

Pois pode nos ter falhado algum termo no mundo que é a escalada.
Dá nos a tua opinião.

Tens vontade de passar para o nível seguinte?
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escalador no bloco

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