Aprenda como evoluir no surf com pequenas ondas
Esta alteração de condições é explicada pelo anticiclone dos Açores, que, em cada verão, sobe para o Norte. As depressões no Atlântico Norte são mais raras e o swell torna-se cada vez menos consistente. Assim, em cada verão, o seu local de prática transforma-se: os swells massivos provocados pelas tempestades invernais dão lugar a um pequeno swell de vento, formando pequenas ondas menos potentes, chamadas "moles" no seu spot. Apesar das ideias pré-concebidas, as pequenas ondas de verão representam a oportunidade ideal para progredir tecnicamente no surf e continuar a divertir-se. Se tiver, claro, a prancha de surf adaptada no seu quiver:
Para progredir no surf, é preciso adaptar-se a todos os tipos de condições de ondas. Para tanto, treine o surf com shapes de pranchas de surf adequados às pequenas ondas de verão:
Uma prancha de surf com volume permite sair para remar mais facilmente e mais cedo em ondas pouco potentes, chamadas "moles". Consoante o tipo de ondas, no pico de verão encontrará:
A longboard permite iniciar mais cedo do que com uma pequena prancha quando a onda mal começa a formar-se. Depois de deixar para trás todos os outros surfistas com pranchas pequenas, a longboard permite surfar mais tempo na onda garantindo deslizes intermináveis mesmo em pequenas ondas moles.
Curtas, arredondadas e com volume, são as pranchas de surf ideais para se divertir e manobrar nas pequenas ondas de verão. De facto, são cada vez mais usadas por surfistas em vez da longboard pela sua manobrabilidade e compacidade.
Por vezes montadas em twin, estas pranchas possuem pouco rocker e garantem uma flutuabilidade interessante e, sobretudo, permitem realizar manobras "old school" mais facilmente do que qualquer outra prancha.
Diferentes da longboard, este tipo de pranchas são difíceis de surfar em ondas maiores e tubulares mas são perfeitas para se divertir em ondas pequenas à beira-mar. Surfar o shorebreak é todavia desaconselhado caso esteja a iniciar-se, pois este tipo de onda quebra geralmente na areia de forma violenta com arrasto bastante potente.
Antes de experimentar o repertório de manobras de surf, é bom lembrar que o ganho de velocidade é fundamental para conseguir dar início e encadear as manobras. A velocidade permite surfar ondas mais longas, passar «secções » (zonas em que a onda tende a fechar), ganhar amplitude, mudar de direção e introduzir as primeiras manobras.
As ondas moles permitem trabalhar esta procura de velocidade. Assim, quando as ondas tubulares reaparecerem, o resultado será exponencial!
O bodysurf é a base do deslize. Antes de ir surfar, apanhe algumas ondas sem barbatanas à beira-mar. Deixe-se deslizar com os braços estendidos na sua frente. Este exercício de aquecimento antes da sessão é particularmente interessante para os surfistas principiantes pois permite melhorar a leitura da onda e traz uma noção de "timing". De facto, no pico, não se deve esperar pelo último momento para apanhar a onda; quanto mais cedo o surfista começa remar, mais reduz o risco de afundar a prancha. Quando estiver em pé na prancha, tem 2 possibilidades de surfar: - colocar-se na mediana da onda (a meio) e evoluir à mesma velocidade que esta. - agir com a prancha para ir mais depressa do que a velocidade do que a ondulação da onda: 1. POMPING OU "CARREGAR" : COLOCAR O PESO DO CORPO NAS PERNAS À FRENTE PARA PROCURAR VELOCIDADE 2. INICIAR A VIRAGEM NA PARTE DE BAIXO DA ONDA 3. "ALIVIAR" : ENDIREITAR-SE LEVANTANDO NO TERÇO SUPERIOR DA ONDA 4. A COMBINAÇÃO DESTAS AÇÕES PERMITE ATINGIR UMA VELOCIDADE MÁXIMA 5. MANOBRAR NO FIM DA ONDA: POR ORDEM DE DIFICULDADE: RE-ENTRY OU FLOATER OU AERIAL
No surf, são trabalhados tanto os membros superiores como os inferiores. Ora, para efetuar este exercício, precisa de explosividade. Continue a treinar fora de água fazendo agachamentos ou bicicleta.
Resultado: com as pernas mais tonificadas, os seus apoios serão mais firmes na procura de ganho de velocidade e dominará melhor as trajetórias.
O nose riding é a manobra principal da disciplina da longboard. Esta manobra consiste em deslocar-se até ao extremo dianteiro da prancha surf, o nose. Existem duas variantes no nose rider : o "hang-ten", os seus dez dedos ficam de um lado e da outra o nose e o "hang-five", por dedução, apenas um pé à frente.
A deslocação para a frente da prancha de surf é um bom exercício para procurar velocidade quando a onda amolece mas implica perda de manobrabilidade.
A dificuldade desta manobra reside na transferência de peso para a frente da prancha que deve ser feita progressivamente através de pequenos passos cruzados. A partir do momento em que a prancha começa a afundar-se para a frente, deve-se, pelo contrário, deslocar o peso do corpo ligeiramente para trás, até mesmo recuar.
Nota: este exercício pode ser realizado com uma prancha surf com concave formato de gota, de preferência uma longboard.
A prancha de surf de espuma é ideal para se divertir praticando surf no verão porque possui várias vantagens:
1) Estável graças ao volume significativo, é a prancha que combate as frustrações na iniciação ao surf e permite apanhar o máximo de ondas em cada sessão,
2) Mais resistente do que uma prancha clássica graças à construção de espuma reforçada - não corre o risco de partir a prancha quando surfa no shorebreak
3) Reduz o risco de acidente: um detalhe que tem toda a importância numa sessão de verão ou quando há muita gente na água.
4) A prancha de espuma é mais acessível no caso de orçamento limitado devido à sua conceção mais simples do que uma prancha de surf de epóxi ou poliéster
Assim, surfar com uma prancha de espuma no verão quando se é experiente é uma excelente forma de se divertir com amigos ou a família e experimentar novas manobras sem correr o risco de partir a prancha ou se magoar.