E se a Decathlon vendesse as suas coleções em formato NFT? - o caso RTFKT
Ao adquirir a startup RTFKT especializada em NFT de sapatilhas virtuais, a Nike faz a sua entrada no mundo da Digital Fashion. Com efeito, as vendas de bens digitais agitam o mundo da arte e a tendência infiltra-se também na moda: espera-se que a explosão da Digital Fashion, fabrico de vestuário virtual em formato NFT, atinja os 20 mil milhões de dólares até 2022.
O metaverso permite encarnar o NFT no ponto em que é apenas uma montagem de pixels. Cada vestuário virtual «skin» ou acessório pode tornar-se uma peça colecionável para vestir um avatar e conferir-lhe um certo estatuto social (mas a moda de rua e a influência das comunidades não são um fenómeno novo).
O NFT útil, além de poder ser trocado, visto, admirado e exibido, tem também as suas próprias funções, e as experiências do utilizador, que se desenvolvem em redor, tornam-se cada vez mais elaboradas e variadas. Pode ter utilidade em, digamos, vários metaversos, conforme proposta da Underarmour com o seu calçado Genesis Curry Flow. O NFT útil pode também permitir o seu equivalente físico, como acontece com as garrafas de espumante Dom Perignon. Graças às suas características de raridade, exclusividade, atratividade, rastreabilidade, o NFT tem atraído cada vez mais empresas (vinho, luxo, fotografia, imobiliário…).
A sua utilidade começa também a tomar forma na indústria, nomeadamente em termos de enriquecimento de experiências diversas, seja através de uma participação de fã para os colecionadores, seja através de acesso exclusivo a eventos de moda VIP para proprietários de NFT. Os NFT criam também oportunidades de recolha de fundos para as organizações de solidariedade social. Por exemplo, o artista digital Beeple vendeu em leilão uma das peças da famosa coleção "Everydays", com o nome "Ocean Front", tendo doado 6 milhões de dólares americanos à Open Earth Foundation para a luta contra as alterações climáticas.