“Alma de aventureira”, é fácil de falar mas tinha que ser provado!
Não há melhor do que concretizar aquilo com que sempre sonhámos.
Camille, uma das nossas redatora de conselhos, partilha a experiência contigo!
Deves estar a pensar como é que eu acabei carregada como um burro a saltitar nos trilhos alpinos?
É muito simples, propuseram-me que partisse em bivaque (termo desconhecido pela maioria) e como todas as novas experiências são boas, parti à descoberta.
Mas o que é afinal o bivaque? É um acampamento provisório em pleno ar livre. Esta prática consiste em montar o acampamento ao entardecer e a desmontá-lo no dia seguinte (ao nascer do sol).
O mais complicado foi levar apenas o mínimo mas sem esquecer o necessário. Sem conhecer nada, não estava equipada e o meu primeiro reflexo foi pedir à minha volta o material básico como a tenda, o colchão, o saco-cama e a mochila. De seguida, é necessário pensar nos indispensáveis: a escova de dentes, as roupas adequadas ao clima, uma bateria externa para não perder nenhuma foto, algo para comer e beber.
Quem diz campismo diz caminhada, porque sim, não nos podemos esquecer que fui acampar e que foram as minhas pequenas pernas que me levaram até ao lugar do acampamento e não um carro.
É aqui que a primeira etapa de preparação da mochila é muito importante: quando as primeiras subidas chegam… e foi aí que me arrependi dos pacotes de bolos que levava comigo com medo de morrer de fome, perdida no meio do nada.
Mas o esforço compensou e, passo a passo, as paisagens vão sendo descobertas e vão variando sem fim à vista e finalmente avistamos o pequeno lugar onde íamos passar a noite!
O momento tão esperado de pousar os pertences e construir um pequeno abrigo tinha chegado.
E surpreendentemente, apesar dos clichés, montar uma tenda não é nenhum bicho de sete cabeças. Com o manual de instruções na mão, com os olhos fechados e a pé coxinho, a minha tenda foi montada!
Não foi uma tenda que se monta em 2 segundos… bem tentei. Mas tenho muito orgulho em ter montado a minha tenda de arcos em 10 minutos com a minha companheira de quarto por uma noite.
Depois, seguiu-se a busca por madeira para fazer uma fogueira. Bom, desta vez deixámos que fossem os rapazes a fazê-lo, mas da próxima vez será o meu objetivo.
Estar perto de um riacho foi uma escolha prática e estratégica quando se trata de nos refrescarmos ou de lavar a loiça.
Com grande surpresa minha, o lugar bastante conhecido por outros campistas e caminhantes estava muito bem conservado do ponto de vista ambiental e notei que o respeito pela natureza instaurou-se verdadeiramente nos tempos que vivemos.
Deixa-me fazer-te sonhar: estar deitado a ver o céu estrelado à procura de constelações, a assar marshmallows, com jogos e música para passar uma noite agradável !
Um banquete à base de massa pesto para as raparigas a competir com a comida desidratada dos rapazes. O tempo de preparação não foi o mesmo, mas cada um faz o que entende!
Não conhecia o conceito de comida desidratada, mas em todo o caso tem a vantagem de ser prática para os campistas.
A coisa mais bonita que permanece para mim é o lado humano. Criar ligações, descobrir as personalidades, as experiências de cada um, os métodos de acampamento e de condição física foi muito gratificante e permitiu-me aproveitar bem a minha estadia.
O que se deve reter, é que para todos os problemas existe sempre uma solução. Isso reforça os laços, fomenta grandes gargalhadas e sobretudo as recordações.
As escapelas à casa de banho durante a noite permanecerão gravadas na minha memória.