Como gerir o consumo de ar no mergulho?

Como gerir o consumo de ar durante o mergulho?

Queres melhorar o teu consumo de ar durante o mergulho? Aprende a geri-lo seguindo os nossos conselhos!

Um mergulho não se pode realizar sem uma reserva de ar limitada! Mas, o consumo de ar no mergulho não é igual para todos os indivíduos. Algumas pessoas vão consumir muito pouco, e outras são capazes de esvaziar muito rapidamente a sua reserva. No entanto, existem diferentes truques que permitem trabalhar o consumo de ar e assim geri-lo da melhor forma.

O consumo de ar no mergulho 

Quando mergulhamos, dispomos de uma reserva de ar limitada! As garrafas de ar comprimido que transportamos graças aos coletes estabilizadores podem ter volumes diferentes: quanto maior forem, mais demorado pode ser o mergulho. Mas esse volume não modifica de nenhuma forma o teu consumo de ar. O controlo do consumo é por isso indispensável durante um mergulho, de forma a poderes efetuar uma subida ou diferentes patamares, conservando uma quantidade de ar de segurança chamada "reserva", que equivale a 50 bares. O manómetro é um elemento indispensável para todos os mergulhadores. Diretamente ligado às nossas garrafas, o manómetro indica, em tempo real, a quantidade de ar sob pressão que ainda temos na garrafa. Esta quantidade de ar deve ser interpretada pela mergulhador, tendo em conta a sua autonomia de ar em função de diferentes parâmetros, tal como a profundidade.

Podemos melhorar a nossa técnica de consumo de ar no mergulho? 

Vários critérios devem ser tidos em consideração se desejamos melhorar a nossa técnica e melhorar a gestão de consumo de ar no mergulho:

Mergulhar de boa saúde e em plena forma 

Podemos já deduzir que, para reduzir o consumo de ar, o mergulhador deve estar em plena forma. Deve igualmente sentir-se bem debaixo de água. Esta sensação de bem estar pode estar diretamente ligado ao material utilizado. Certifica-te que tens um fato do tamanho correto e adaptado à temperatura da água na qual vais mergulhar, um colete estabilizador não muito cheio e uma quantidade de lastro adequada, que não te coloque numa situação desconfortável.

O lastro

O colete estabilizador e o lastro são dois elementos inseparáveis. Se o lastro for muito pesado, compensas enchendo o teu colete. São estas insuflações que consomem grandes quantidades de ar. Se começares a lutar contra um problema de sobrelastragem, a falta de ar pode aparecer rapidamente!

Um bom isolamento térmico

Uma proteção térmica tem igualmente um papel importante no consumo de ar. Lembra-te sempre que o corpo perde calor cerca de 20 vezes mais rapidamente quando está dentro de água do que fora de água e o frio não é amigo do mergulhador! E claro, nada mais desagradável do que ter frio quando mergulhas. Para te aqueceres, o corpo vai queimar gorduras e açúcar, o que provoca um consumo de oxigénio. Um fato adaptado vai permitir que não tenhas frio, e assim impedir um aumento do consumo de ar.

Gerir o seu stress

Gerir o teu stress

O stress, muitas vezes num mergulhador principiante, é uma fonte de aumento do ritmo cardíaco. Trata-se de um meio novo, onde a luminosidade é por vezes fraca ou inexistente, e a agulha do manómetro vai descendo pouco a pouco. Tudo isto pode provocar uma situação de stress e aumentar assim o consumo de ar. Como controlar este stress? Foca-te na fauna e na flora, nos destroços, nos peixes enquanto mergulhas. Não estás sozinho, tens sempre o teu guia de mergulho para te ajudar.

A profundidade

Porque é que consumimos mais ar a 20 metros de profundidade do que à superfície? A Lei de Boyle-Mariotte diz que, a temperatura constante, o volume de uma massa gasosa é inversamente proporcional à pressão a que é submetida. Durante um esforço moderado, a ventilação do homem é de cerca de 15 a 20 litros de ar por minuto. Vejamos um exemplo: à superfície, o ar que respiramos está a uma pressão de 1 bar. A 20 metros de profundidade, a pressão ambiente já não é igual a 1 bar mas sim a 3 bares, por isso o mergulhador situado a 20 metros consumirá 3 vezes mais ar do que à superfície (45 L/min). Notamos por isso que o consumo de ar aumenta com a profundidade. Assim, um mergulhador com uma autonomia de cerca de 2 horas à superfície verá essa autonomia ser dividida por 3 a 20 metros de profundidade.

Economizar o esforço 

No mergulho, o importante é tentar fazer o mínimo de esforço. Durante as deslocações, aproveitamos as correntes, fazemos um mínimo de movimentos com as barbatanas, deixamos o lastro levar-nos, as correntes deslocarem-nos, o relevo propulsionar-nos. Este esforço reduzido permite-nos consumir menos ar.

Não fazer apneias!

A apneia não é a boa solução para consumir menos, pelo contrário! O facto de fazeres apneia terá como efeito não chegar ar fresco às nossas células sanguíneas, enquanto o nosso corpo continua a produzir gases de carbono (tóxicos). Este ar não renovado, mas armazenado, vai por isso criar um desequilíbrio. O nosso cérebro vai gerar uma situação de stress, que terá como efeito a falta de ar e, consequentemente, o aumento do consumo.

Um último conselho 

O mergulhador e o seu consumo de ar estão assim ligados a diferentes elementos, tanto próprios do mergulhador, como também do seu material. Efetivamente, o mergulhador deve estar no máximo das suas capacidades e o seu material deve estar corretamente adaptado e conservado. A melhor maneira de reduzir o consumo de ar é trabalhar nele. Quanto mais mergulhares, mais te sentirás à vontade com o teu equipamento e no meio subaquático, e logo estarás mais relaxado e farás menos esforço!