Sou adepto dos desportos americanos desde sempre, mas o futebol americano parecia-me um desporto inacessível para um francês experimentar.
É certo que podemos simplesmente fazer passes com a famosa bola com costuras. Mas para uma situação de jogo é muito mais complicado encontrar um local para praticar o flag football e, sobretudo, colegas de equipa.
No Natal, vi, por acaso, uma reportagem sobre os Arizona Cardinals, uma equipa de futebol americano, e referiam a possibilidade de testar o flag football perto do meu local de trabalho.
O flag football é uma adaptação do futebol americano em que o contacto entre os jogadores é fortemente reduzido (por definição, o flag football é um desporto sem contacto).
Não há placagem porque cada jogador tem um cinto com 2 fitas ("flags") de cada lado. Para "placar o jogador", ou para o fazer parar, basta tirar uma das duas fitas presas ao cinto. Para tal, é necessário um cinto especial que facilite a manutenção das fitas.
Reduzem-se os contactos, mas mantém-se a essência do desporto com os ensaios, o lançador, as equipas de ataque e de defesa, etc.
Para minha grande surpresa, começámos muito rapidamente a jogar com a bola, tanto à defesa como ao ataque, porque as regras são mais acessíveis do que parece.
Na realidade, após uma dezena de minutos a aprender a trabalhar corretamente com a bola e com as fitas, a conhecer as regras e, sobretudo, a receção da bola com uma posição das mãos em triângulo para evitar as lesões, pudemos passar a uma verdadeira oposição entre duas equipas.
Porque no flag, à semelhança do futebol americano, defrontam-se, em cada jogada, uma equipa ao ataque e uma à defesa.
Para o ataque: as jogadas têm todas origem no sistema que o lançador propõe entre 2 fases do jogo. Nestes planos de jogo, cada jogador ao ataque sabe que tipo de trajetória deve efetuar. Por exemplo: 10 passos de corrida a direito, em seguida corrida a 45º para oferecer uma solução de passe ao lançador.
Cabe ao lançador decidir qual a melhor solução para passar a bola ao seu colega de equipa, com o objetivo de avançar no terreno e marcar um ensaio, como no futebol americano.
Sim, participei por alguns instantes num jogo contra a equipa oficial de um clube local!
E, para minha grande surpresa, apesar de não ter uma grande experiência do flag, consegui divertir-me e, sobretudo, ter a sensação de que estava a ajudar a equipa.
A nível do jogo, o meu perímetro era logicamente mais restrito do que o de outros colegas da equipa mais aguerridos, mas, seja na defesa ou no ataque, cada jogador desempenha uma função importante.
E é importante porque podemos ver as 2 dimensões jogo. A primeira, é a de um duelo com o teu opositor, que deves conter quando estás, por exemplo, na defesa. E a segunda, é a da tua equipa, em que a tua posição permite oferecer soluções ao ataque, e, inversamente, reduzir as dos adversários. Deste modo, é muito simples situar-se tanto individualmente como no seio do grupo.
No decurso de um segundo jogo, diverti-me muito com a defesa rush!
O rush é uma jogada de defesa que permite a um jogador tentar tirar a fita ao lançador, ou, em geral, pressioná-lo ao máximo para forçá-lo a fazer a pior escolha possível ao efetuar o passe. Esta jogada permite que toda a equipa jogue à defesa de uma forma mais confiante.
A defesa rush é uma super mistura de antecipação, de sprints e, ao mesmo tempo, um duelo (com o lançador).
E, para além de correr depressa, não é preciso muita técnica ;) sucesso imediato garantido!