Começou a praticar badminton, mas não sabe exatamente por onde começar para evoluir: como segurar a raquete, executar o serviço, fazer trocas ou deslocar-se.
Sébastien Plançon, praticante há quase 30 anos e treinador em Hérault e Gard, partilha alguns conselhos para aprender a jogar.
A pega é simplesmente a forma como se segura a raquete. Antes de se lançar num jogo cadenciado, é melhor que saiba dominá-la. Existem várias pegas no badminton.
A primeira a compreender é a pega universal ou pega neutra. A pega universal abrange a maioria dos batimentos. Usa-se na pancada direita e na pancada esquerda. Em suma, permite alternar de uma pega para outra em alguns segundos.
Agarrar a raquete:
- Segure na raquete. Coloque a palma da mão na horizontal sobre as cordas. Desça a mão suavemente e agarre o grip como quando se aperta a mão para cumprimentar outra pessoa.
- Segure no grip com o dedo mindinho, o dedo anelar e o dedo médio deixando um espaço entre o indicador e o dedo médio. Estique o polegar nas arestas do cabo, ou seja, as zonas laterais do grip. Existe um espaço entre a parte inferior do polegar e o grip.
- Passe de uma pega de pancada direita para uma pega de pancada esquerda: se é destro, vire a raquete para a direita. Estique o polegar atrás. Para efetuar uma pega à esquerda, gire a raquete para a esquerda e forme um “V” com o polegar e o indicador.
Dois erros que devem ser evitados: quando segura o cabo, a pega deve ser relaxada e suave. Tenha o cuidado de não ter a mão demasiado tensa. A palma da mão não deve descer no cabo em demasia.
O nosso conselho: treine a passagem de uma pega para a outra.
É melhor com imagens, por isso fizemos uns vídeos para si ;-)
Conhecer a pega é um bom começo. Antes de fazer trocas com o seu adversário, deve aprender a executar o serviço. Também é um pouco técnico, mas com algum treino é facilmente controlável.
Executar um serviço:
Em posição de partida, na área de serviço, deve estar quase em posição paralela relativamente à rede, ligeiramente virado para a parte do campo adversário onde vai executar o serviço. Ou seja, na diagonal. As suas pernas estão no mesmo eixo. O seu pé direito, se for o seu pé de apoio, pode ficar posicionado um pouco para a frente. Deve manter-se muito direito.
Antes de lançar o volante, segure-o delicadamente pela saia, entre o polegar e o indicador. Isto permite acompanhar o volante com a raquete sem cortar a trajetória.
Algumas pessoas preferem segurar no volante inteiro antes de o deixar cair para executar o serviço. Não é proibido, mas pode diminuir ligeiramente a fluidez do movimento.
O conselho do treinador: o mais fácil é executar com pega à esquerda. Simplesmente porque permite ter uma melhor visibilidade do volante e da raquete. Na pega de pancada direita, a raquete está atrás, não se vê.
Cuidado com as faltas: se o volante cair noutro local que não na área de serviço do seu adversário, perde o ponto.
Importante: existem 3 tipos de serviço, consoante o local onde pretende lançar o volante. O mais clássico, é o serviço comprido que permite colocar o volante na linha de fundo.
O exercício do treinador para aprender a jogar num local específico: coloque um alvo no terreno à frente e treine o serviço visando este alvo. Alterne serviço curto e serviço comprido. O primeiro é frequentemente reservado para os jogos a pares.
Depois de dominar a pega da raquete e o serviço, passemos para as trocas. Inicialmente não é muito simples. Os batimentos com a madeira e as descentrações de volantes são frequentes. As trocas são sobretudo curtas, pouco ritmadas. Não se preocupe, a progressão é rápida. Isto se a prática for regular ;-)
No badminton, joga-se com a mão baixa ou alta. Quer isto dizer, abaixo ou acima da cabeça. No momento do serviço, efetua-se a partir de baixo. Quando se é principiante, tende-se a jogar principalmente acima da cabeça. Mas, para se sentir confortável, o melhor é dominar o jogo com mão alta e mão baixa para saber acelerar a cabeça da raquete e conferir velocidade.
A explicação técnica do treinador:
Quando o batimento é de mão alta, o braço é muito utilizado. O gesto é mais amplo. O movimento inicia-se nas pernas indo depois em direção às ancas, aos ombros, ao cotovelo, ao antebraço e termina no punho. Todos os movimentos estão ligados entre si. O gesto deve ser fluido para conferir velocidade e acelerar a cabeça de raquete.
Quando se faz o batimento ou intercepta com mão baixa, deve jogar-se mais com o antebraço e o punho. Quanto mais se progride, mais se atenua o gesto. Melhora-se a técnica e desenvolve-se o soltar do antebraço e do punho que vai permitir acelerar a cabeça da raquete. Permite também conferir mais impacto ao volante para que volte para o fundo da linha. ~
Treinar a intercepção do volante com mão baixa: o seu parceiro de jogo coloca-se à sua frente e lança-lhe o volante com a mão. Apenas pode interceptá-lo com mão baixa. A reter: com mão baixa, trabalham-se os movimentos mais soltos e evitam-se os gestos amplos.
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No campo de badminton, corre-se muito. Quanto mais longas forem as trocas, o que acontece frequentemente quando se progride, mais se corre e faz correr o adversário. Também se ocupa muito mais espaço. Assim, é necessário aprender a deslocar-se em todas as direções.
O primeiro deslocamento que deve dominar, tendo em conta que não é necessariamente natural, é o pas chassé [passo duplo ou cruzado], para se deslocar em direção à linha de fundo do campo, portanto, para trás. Permite ir interceptar o volante de forma mais fluida quando chega à linha de fundo. Também permite essa intercepção de forma mais rápida. É muito mais prático fazê-lo em passos duplos ou cruzados do que passos de corrida.
A dica do treinador: treine simplesmente o recuo em passos duplos ou cruzados. Inicialmente sem trocas de volante. Posteriormente com trocas.
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Um erro de principiante que deve evitar: a posição de jogo, pois influencia os deslocamentos. Explicamos-lhe tudo:
Quando se inicia a prática, tende-se a jogar de frente - dá segurança porque se vê o volante e a raquete. No entanto, não ajuda a dirigir o volante ou a deslocar-se. Por esse motivo, é melhor jogar ligeiramente de lado. Além disso, permite uma melhor amplitude de movimentos ao aumentar a distância entre a raquete e o volante.
Uma boa notícia: com os treinos, o praticante vai-se posicionando naturalmente de lado.
Para terminar, um conselho do treinador: pratique num clube! Além de favorecer o convívio, permite evoluir. Principalmente através das trocas com diferentes jogadores e através da adaptação à sua técnica de jogo em cada partida.