aquecimento dança

Porque é preciso aquecer antes de uma aula de dança?

Por mil e uma razões e não apenas para preparar os músculos para as piruetas no parquê! Vamos contar-lhe tudo sobre a importância deste momento essencial da aula da de dança…

Uma sessão de ballet de uma hora, hora e meia, inclui uma parte muito importante de aquecimento. E este é já, na verdade, uma aprendizagem técnica.

Preparar-se tecnicamente

É verdade que não se compara com outras disciplinas, em que esta fase dura menos tempo”, admite Laetitia Colin Vialaneix, professora de ballet. Mas então porque o aquecimento é mais necessário nas aulas de ballet? Simplesmente porque não se trata apenas de preparar os músculos para os encadeamentos que farão a seguir. O princípio, no aquecimento, é já de aperfeiçoamento técnico. Explicações…

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Trabalho na barra, trabalho ao centro

O ballet tem os seus códigos. Uma sessão, organiza-se em dois momentos: o trabalho na barra e o trabalho ao centro. “Os bailarinos começam pelo trabalho na barra, que funciona como aquecimento”, continua Laetitia. “Primeiro, colocamos a mão esquerda na barra e dizemos que estamos deste modo a trabalhá-la à direita. A medida que vamos realizando os exercícios, vamos trocando o sentido.” Os praticantes começam por se aquecer com pliés, semi-pliés e depois grands pliés nas diferentes posições, primeira, segunda, terceira, quarta e quinta, mais ou menos aberta de acordo com os níveis de prática.

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Rapidez e flexibilizações

Depois, os movimentos na barra continuam a encadear-se: pliés, jetés, fondus, ronds de jambes e adage, seguidos de movimentos amplos executados a ritmo lento. Os pequenos frappés permitem, por seu lado, que os bailarinos trabalhem a rapidez da perna de base. Em seguida, passa-se aos grands battements para depois continuar com a perna na barra. “Os músculos começam a aquecer para depois se passar ao trabalho de flexibilização”, explica Laetitia. Os bailarinos e as bailarinas concluem por fim com o pé na mão e... com a espargata, emblemática da disciplina!

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Atenção à espargata!

É melhor não tentar fazer uma espargata no início da sessão, quando o corpo não estiver ainda aquecido. “É a figura que qualquer bailarino deseja fazer, mas é preciso ter algumas precauções prévias para chegar lá”, explica o professor. A verdade é que, sem um bom aquecimento, os riscos para o praticante são reais: rompimentos, roturas, entorses ou distensões podem estar ao virar da esquina. Não é para lhe fazer medo, mas sim apenas para lhe dar a noção de que um bom aquecimento é tudo menos inútil! E e Laetitia quem nos garante…

Aquecimento e técnica, dois coelhos com uma cajadada só

Quando se conclui o trabalho na barra, os alunos agrupam-se no centro para realizar os encadeamentos com música… que incluem os movimentos trabalhados na barra. “Além do facto de preparar o corpo para o trabalho no centro, o trabalho na barra dá aos bailarinos a oportunidade de trabalhar os movimentos que irão realizar no centro, de repetir com precisão as posições, de adquirir a técnica e a rapidez para depois dominarem melhor os encadeamentos.” Mais que um simples aquecimento, com o trabalho na barra os bailarinos abordam o cerne da questão. E graças à barra e ao apoio que proporciona, os músculos dos praticantes ficam mais relaxados e realizam um trabalho mais profundo.

O que não falta é trabalho de fôlego e cardio

E depois, quanto mais elevado o nível de prática, mais o trabalho na barra se faz rapidamente, encadeando os movimentos, à esquerda, à direita. “Nesta fase, quando se realizam por exemplo os grands battements, os bailarinos trabalham o fôlego e o cardio.” Contudo, independentemente do nível, o aquecimento com o trabalho na barra é uma componente obrigatória. Nem os bailarinos-estrela o podem dispensar!