Faz como o Diogo Caramujo e começa o ano em forma!

Durante o primeiro confinamento fiquei a tomar conta do meu filho (2 anos na altura) 24h por dia e apercebi-me de que não tinha muita energia para brincar com ele. Não praticava qualquer tipo de atividade física, tinha cerca de 104 kg e não fazia qualquer atenção à minha alimentação. Durante aquele período, como muitas pessoas, tive bastante tempo para refletir e aceitar que tinha um problema e que só me cabia a mim mudar, pelo bem da minha saúde física e mental.

Mais importante ainda: não era de todo o exemplo que queria ser para o meu filho.

Tudo começou com a decisão de montar uma cadeira de criança numa bicicleta que tinha parada na garagem. Obriguei-me a começar a andar com o meu filho todas as manhã e muitas vezes também aos finais de tarde. Vivendo eu no campo conseguia cumprir as regras de isolamento e sair para estas voltas na natureza em segurança.

Inicialmente eram mesmo uma obrigação, não tinha qualquer prazer e era muito duro puxar por mim e também pelo meu filho. Mas com o passar do tempo, comecei a encontrar prazer e alegria naquelas voltinhas de bicicleta que inicialmente tinham cerca de 12 km.

Esta dieta passou simplesmente por cortar tudo o que era pão, fritos, doces, inseri mais legumes e optei por grelhados.

Nada muito extremo mas juntando isso ao impacto de uma nova atividade física que era inexistente nos últimos 15 anos comecei rapidamente a notar as mudanças nos meus níveis de energia e aspeto físico.

De profissão sou operador de câmara e editor de vídeo e uma forma de ultrapassar a falta de vontade passou por juntar a paixão que já tinha em fazer vídeos com esta nova paixão das bicicletas.

Decidi criar um canal de Youtube, O Ciclista Improvável, e comecei a partilhar a minha transformação em vídeo. Se no início do vídeo eu dissesse que ia subir a Serra do Montejunto 4 vezes por todos os seus acessos, eu obrigava-me a fazer isso (e fiz mesmo). Era como se ao dizer aquilo em voz alta fosse um contrato oficial entre mim e os que me viam!

Isso fez-me continuar, até que mais tarde comecei não só a fazer mais viagens de bicicleta como também a entrar em competições de BTT e Ciclismo de Estrada, não só por superação pessoal mas também como forma de criar conteúdos para o meu canal que hoje em dia já conta com 5.000 subscritores.

No início, em tempos de pandemia foi-me bastante fácil ter tempo, pois estive quase sem trabalho ao longo de um ano, a minha área profissional foi bastante afetada e não me faltou tempo para me dedicar a mim, vi na pandemia uma janela de oportunidade para mudar a fundo e foi isso que fiz.

Hoje em dia, e como trabalho por conta própria tenho que fazer alguns sacrifícios para me manter ativo. Para isso muitas das vezes acordava ainda de noite com uma luz na bicicleta e fazia as minhas voltas, ou, por exemplo, se fosse pedalar 2 horas de manhã tinha de compensar isso a trabalhar de noite em casa.

Basicamente aprendi a gerir o meu tempo de outra forma priorizando a minha saúde e bem-estar em primeiro lugar.

Ao nível de benefícios não só nunca me senti tão bem comigo mesmo e com tanta energia, como o meu filho já quer também ser ciclista e pede-me para ir andar de bicicleta com ele.
Algo que não aconteceria se eu não tivesse feito esta mudança, pois os filhos são o nosso reflexo.

Não vou mentir, muitas vezes não me apetece ir pedalar... É preciso ter atenção, se falhar uma vez, duas ou três… vai ser fácil falhar mais uma vez e quando der por mim, voltei ao mesmo.

Portanto, inscrevo-me em competições para ter um motivo extra para não faltar aos treinos. Inscrevi-me em duas Ultra Maratonas de BTT e muitas outras provas ao longo do ano. 

Ninguém vai querer fazer 150 km de BTT sem treinar antes, caso contrário vai ser um sofrimento gigante. 

Definir metas e objetivos a cumprir ajuda-me a manter-me motivado e por falar em metas, eu mantenho até hoje a minha primeira, que é no mínimo de fazer 200 km por semana. 
Hoje já tenho mais de 33.000 km desde que comecei a andar de bicicleta, 11.000 deles feitos em 2022.